Hoje, com toda a Igreja de Cristo, celebramos a Festa da Exaltação da Santa Cruz, que recorda aos batizados uma certeza: “Deus é amor” (1 Jo 4,8). Amor revelado no Filho encarnado e entregue por todos no madeiro da Cruz.
Tão grande é esse Amor que a Igreja, desde os primeiros séculos, celebra com júbilo tal mistério de salvação. Santo André de Creta, bispo do século VIII, em um dos seus sermões afirma que tal festa é memorial da luz que vence as trevas, em que o Senhor ao derrotar o pecado, nos convida, com Ele, a vencer também todos os nossos erros e assim buscar, com sinceridade, a Glória dos Céus.
Exclama Santo André: “Se não houvesse a cruz, Cristo não seria crucificado. Se não houvesse a cruz, a vida não seria pregada no lenho com cravos. Se a vida não tivesse sido cravada, não brotariam do lado as fontes da imortalidade, o sangue e a água, que lavam o mundo. Não teria sido rasgado o documento do pecado, não teríamos sido declarados livres, não teríamos provado da árvore da vida, não se teria aberto o paraíso. Se não houvesse a cruz, a morte não teria sido vencida e não teria sido derrotado o inferno.”
Estas palavras do Bispo revelam que a entrega de Cristo na Cruz é ensinamento do verdadeiro sentido do Amor; “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus” (Jo 15,15). Por isso, caros irmãos e irmãs, que este dia seja para nós recordação de que “como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha nele vida externa” (Jo 3, 14-15).
Sem. Fabrício Bessa Ferreira
Diocese de Itumbiara