Teve início nesta segunda-feira, dia 27 de fevereiro, e segue até o próximo dia 3 de março, o Retiro Anual do Clero das Dioceses e Itumbiara e Ipameri. O arcebispo metropolitano de Goiânia, Dom João Justino, é o pregador. Ele escolheu o tema “Convosco sou cristão, para vós sou presbítero”. Em entrevista, o arcebispo explicou a escolha da temática. “Escolhi e elaborei o tema a partir deste dito de Santo Agostinho. Na verdade, ele diz: “convosco sou cristão, para vós sou bispo”, numa citação mais longa, muito comentada, muito rica, muito forte”, afirmou.
As reflexões propostas, conforme Dom João Justino, provocam os padres que participam do retiro ao aprofundamento e à experiência de olhar para a sua vocação original que é a vocação cristã. “Antes de sermos presbíteros, bispos, nós somos cristãos. O batismo é a fonte de todas as vocações, portanto, uma revisão de vida sacerdotal significa uma revisão de vida cristã em primeiro lugar. Como nós estamos vivendo este chamado primeiro que é ser discípulos de Cristo, por consequência, discípulos de Cristo que abraçaram o ministério presbiteral e todas as implicações que isso tem numa resposta de cada um de nós no seguimento do Senhor”, destacou.
Retiro no tempo da quaresma
Dom João explicou que a realização do retiro no tempo quaresmal é propício para o recolhimento, para o silêncio e para a revisão de vida. “É um modo de nos prepararmos para a Páscoa quando todos nós renovaremos as promessas batismais para a missa do Crisma em que todos os sacerdotes vão renovar os compromissos sacerdotais, então, o retiro na Quaresma tem também essa ênfase de nos colocar em sintonia com esse caminho de conversão a que todos somos chamados a viver”.
Questionado sobre como o povo de Deus deve acompanhar o retiro dos padres, ele explicou que a oração é o melhor caminho. “O melhor modo do povo de Deus acompanhar o retiro dos seus padres é orar para que todos estejamos nos exercícios espirituais bastante dispostos, disponíveis a ação do Espírito Santo, abrindo os corações para acolher a palavra que nos transforma e abre em nossa vida novos horizontes sempre mais em sintonia com esse chamado do ‘vem e segue-me’ que um dia nós recebemos indo, abraçando, seguindo o Senhor”.
“O melhor modo do povo de Deus acompanhar o retiro dos seus padres é orar para que todos estejamos nos exercícios espirituais bastante dispostos, disponíveis a ação do Espírito Santo
Para o bispo de Itumbiara, Dom Fernando Brochini, que também participa do retiro, esses dias são um renovar dos sacerdotes por meio das reflexões e orações propostas. É também a oportunidade de experimentar no silêncio as graças de Deus. “É o momento de nós presbíteros repensarmos a nossa atuação junto ao povo, repensarmos nossas opções fundamentais de vida, então é um momento de muita graça e, na Quaresma, o retiro se torna um retirar-se para a oração, para a conversão do coração e para propósitos de uma vida totalmente dedicada ao serviço do reino”.
Já o bispo da Diocese de Ipameri, Dom José Francisco, disse que o retiro dá aos padres a oportunidade de fazer a experiência do deserto que o próprio Cristo fez. “É um privilégio. Na verdade Jesus chama seus discípulos em particular e Jesus se entretém com eles na oração e os ensina a rezar. Nós também temos essa oportunidade de fazer essa experiência do deserto e de nos encontrar com o Senhor mais perto. Não é tempo somente de descanso, mas de encontro com Deus, de encontro com nós mesmos e nesse momento um aprofundamento de maior intimidade com o Senhor que nos chama a sermos nós mesmos discípulos missionários”.
Ordenado sacerdote em 19 de março do ano passado, Pe. Lenilson Oliveira Paula Silva, do Clero Diocesano de Itumbiara participa pela primeira vez do Retiro do Clero. Ele disse em entrevista como está acolhendo em sua vida essa experiência. “Primeiro é um momento de grande confraternização, de reunião do clero. É uma experiência muito boa, de uma espiritualidade muito grande e é o momento que nós temos de parar os afazeres para recolher-nos e junto com Jesus ir para o deserto e entender que no deserto nós não estamos sozinhos, nós somos rodeados de irmãos, irmãos no presbitério. O retiro além de ser esse ir para o deserto é também encontrar-se com os irmãos no deserto e cada um vai partilhando a vida, as dificuldades, as alegrias para se reanimar no ministério e caminhar mais uma quaresma e mais um ano”.
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