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Criação da coordenação diocesana da PV, criação das EVP’s e formação de leigos são prioridades da Diocese de Itumbiara durante o 3º Ano Vocacional do Brasil, afirma Pe. Luís Fernando

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Em entrevista, o promotor vocacional diocesano, Pe. Luís Fernando Alves Ferreira, falou como será o 3º Ano Vocacional do Brasil na Diocese de Itumbiara. Durante este tempo, segundo ele, o objetivo é criar uma coordenação diocesana forte da Pastoral Vocacional, bem como dinamizar a criação das EVP’s (Equipes Vocacionais Paroquiais).

A dimensão vocacional também precisa de leigos bem formados porque eles “constituem a principal força evangelizadora da Igreja”, disse o Pe. Luís Fernando. Ele destacou, porém, que quando mal formados, os leigos “constituem a principal força de demolição da Igreja”. Por isso, a Diocese de Itumbiara vai investir na formação de leigos atuantes na Pastoral Vocacional.

Outro ponto que o Pe. Luís Fernando destacou na entrevista, foi a importância do acompanhamento vocacional. “Se despertamos as vocações devemos acompanhá-las. Uma comunidade que não acompanha as suas vocações é uma comunidade nati-morta”.

Leia abaixo a entrevista na íntegra.

1 – Como será o 3º Ano Vocacional do Brasil na Diocese de Itumbiara?
Nossa Diocese estabeleceu como meta a formação dos leigos. Para isto teremos a formação para Equipes Vocacionais Paroquiais, formação acerca da integração entre Pastoral Vocacional e Pastoral familiar e entre a Pastoral Vocacional e a Pastoral Catequética. Teremos ainda formação com os jovens, missões paroquiais e encontros vocacionais.

2 – O Ano Vocacional é um momento forte abraçado pelas dioceses de todo o país. Como a Pastoral Vocacional Diocesana pretende animar as paróquias para que vivam este tempo?
Nossa Diocese não tem uma Pastoral Vocacional Diocesana articulada. Tem, todavia, algumas Equipes Vocacionais Paroquiais. Um dos objetivos do Ano Vocacional em nossa realidade diocesana é criar esta coordenação diocesana para dar unidade ao trabalho que já existe e dinamizar a criação das EVP’s onde o trabalho vocacional da Igreja ainda não alcança. Além disso, nossos agentes de Pastoral que estão nas Paróquias serão convidados a ingressar nos vários encontros formativos oferecidos durante o ano.

3 – O que significa esse Ano Vocacional? Aos leigos, o que cabe fazer para que este tempo seja de fato um momento bem vivido?
Para nós este novo Ano Vocacional significa o incremento da ação da Igreja na meditação sobre o chamado cristão. O ano vocacional de 2003 trouxe uma perspectiva realmente importante ao abordar o batismo como a raiz de toda vocação cristã e este novo Ano nos trará a alegria de contemplar todas as vocações na Igreja que nascem da fonte batismal. Aos leigos cabe, em primeiro lugar, se formar porque ninguém ama o que não conhece e ninguém responde a um chamado se não amar o seu autor. Assim, é preciso conhecer para amar a Deus e é preciso amar a Deus para responder afirmativamente ao seu chamado. Neste aspecto, quando bem formados os leigos constituem a principal força evangelizadora da Igreja. Quando mal formados eles constituem a principal força de demolição da Igreja.

4 – O senhor poderia descrever um pouco o significado do tema proposto “Vocação: graça e missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (Lc 24, 32-33)?
O tema quer nos fazer meditar no nosso chamado cristão, desde o Batismo até a vocação específica. O mero fato de sermos chamados é uma graça que, todavia, não deve ficar guardada numa experiência religiosa intimista, mas, deve ser comunicada na experiência comunitária da fé onde o eu, cede lugar ao grande “Nós”. Desse modo, o chamamento gera engajamento e engajamento gera a missão. De fato, a missão é co-natural à substância da Igreja por que ela é missionária por constituição divina e igualmente vocacionada. Assim, os homens e mulheres chamados à vida em Deus, que receberam por graça todos os dons – os naturais, os preternaturais e os sobrenaturais – devem comunicá-los a todos em um contínuo anúncio a exemplo dos discípulos de Emaús.

Todos os anos são inúmeras as crianças que fazem a primeira comunhão, os jovens que se crismam, os adultos que recebem os sacramentos da iniciação cristã, os noivos que se casam… inúmeros são os encontros de pastorais e movimentos. Tudo isto desperta numerosas vocações para a Igreja, ou seja, o Senhor envia os operários. Mas, o que fazemos com toda esta “força de trabalho”? Se não a acompanhamos e formamos, perdemos. Penso ser este o segundo desafio.

O texto do Evangelho que ilumina o tema e nos serve como lema dá o tom ao mesmo tempo discipular e testemunhal do Ano Vocacional. De fato, é clara a intenção da CNBB que os cristãos trabalhem este ano vocacional na dimensão do discipulado, ou seja, do seguimento de Cristo. Isto abrange todas as vocações e nos ajuda a compreender o ser cristão como vocacionado desde o princípio. Sendo plena verdade aquilo que afirmara o Papa emérito Bento XVI em sua primeira encíclica Deus caritas est que “ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”, compreendemos que o Ano Vocacional no Brasil 2022 – 2023 quer fazer todos os cristãos descobrirem este chamado fundamental e, a partir dele, desenvolver uma resposta positiva numa relação testemunhal com a comunidade de fé e com a sociedade.

5 – Após 40 anos de realização de Anos Vocacionais no Brasil, quais são os grandes desafios da dimensão vocacional nos dias de hoje?
Penso que o primeiro desafio é este que o Ano Vocacional está enfrentando, quer dizer, ajudar todos os cristãos a se descobrirem fundamentalmente chamados ao discipulado, ao anúncio e ao testemunho do Ressuscitado.

O segundo desafio é igualmente premente. Se despertamos as vocações devemos acompanhá-las. Uma comunidade que não acompanha as suas vocações é uma comunidade nati-morta. Meu vigário, Padre André Pereira, outro dia comentava: “cantamos muito o cântico enviai, Senhor, operários para a vossa messe. Pois o Senhor enviou muitos. Porém, ocorre que estes muitos não assumem sua missão ou nós os abandonamos pelo caminho”. Todos os anos são inúmeras as crianças que fazem a primeira comunhão, os jovens que se crismam, os adultos que recebem os sacramentos da iniciação cristã, os noivos que se casam… inúmeros são os encontros de pastorais e movimentos. Tudo isto desperta numerosas vocações para a Igreja, ou seja, o Senhor envia os operários. Mas, o que fazemos com toda esta “força de trabalho”? Se não a acompanhamos e formamos, perdemos. Penso ser este o segundo desafio.

O terceiro é contíguo ao segundo. Sem formação e acompanhamento na fé não se despertam vocações de especial consagração no seio da Igreja. Me impressiona o testemunho do Beato Carlo Accutis, da Beata Chiara Luce Badano, da Beata Chiara Corbelo Pertilo e de outros jovens de fogo. Quantos de nossos jovens tem esse fogo do amor indiviso a Deus no seu interior e por que não o têm? Não será pela ausência de uma comunidade vocacionada, testemunhal e predicante? A crise das vocações específicas – da vida religiosa à sacerdotal – penso, se deve em grande medida à ausência de comunidades-casas, comunidades-escolas, comunidades-igreja, com sua prática totalmente identificada com o seu ser-igreja-vocacionada.

Diocese de Itumbiara
Diocese de Itumbiarahttps://diocesedeitumbiara.com.br/
A Diocese de Itumbiara foi criada no dia 11 de outubro de 1966, pelo Papa Paulo VI, desmembrada da Arquidiocese de Goiânia; seu território é de 21.208,9 km², população de 286.148 habitantes (IBGE 2010). A diocese conta 26 paróquias, com sede episcopal na cidade de Itumbiara-GO.

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