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Cardeais brasileiros comentam os dez anos de pontificado do Papa Francisco

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Cinco cardeais brasileiros comentaram o aniversário de 10 anos de pontificado do Papa Francisco, cuja eleição ocorreu no dia 13 de março de 2013. Dom João Braz de Aviz, dom Odilo Pedro Scherer, dom Orani Tempesta, dom Paulo Cezar Costa e dom Leonardo Ulrich Steiner destacaram as inspirações de Francisco para a Igreja Católica na última década.

Proximidade

O prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, cardeal João Braz de Aviz, concedeu entrevista ao portal Vatican News, na qual recorda o dia da eleição, os momentos vividos juntos em Aparecida, em 2007, quando ainda eram arcebispos e guiavam Brasília e Buenos Aires. Aliás, foi durante a V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho que Bergoglio notou Braz de Aviz e o indicou para o cargo que ocupa ainda hoje no Vaticano

“Foram anos de um caminho muito intenso de proximidade. Uma das características do Papa Francisco é estar perto da gente. Não pesa o fato de que ele é Pedro para nós, de que ele é o Papa para nós. A gente nota nele um amigo, uma pessoa muito sincera, uma pessoa muito presente e muito capaz de acompanhar de modo profundo aquilo que a gente sente. Eu, nesses dez anos, tive muita alegria de um relacionamento muito próximo e de muita confiança e sem fugir das dificuldades, dos momentos difíceis, dos problemas reais. Tratamos tudo sempre com muita abertura e sempre foi possível ver nele uma solução ou uma espera de uma solução com confiança”

Igreja em saída

O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, recordou em artigo as suas palavras, gestos e decisões de Francisco que marcam a Igreja. “Francisco passou a reformar a Igreja, nem tanto nas doutrinas e estruturas, mas a partir de dentro, no espírito que a animava”, escreveu.

“Desde logo, falou que gostaria de ver uma Igreja próxima das pessoas, de suas lutas, seus sofrimentos e angústias. Comparou-a com um hospital de campo em tempos de guerra, que está no lugar onde há feridos, para os socorrer. Desafiou toda a Igreja a não se voltar apenas para si mesma, mas a sair ao encontro do povo, como “Igreja em saída missionária”. E criticou a imagem da Igreja como instituição clerical, recordando que ela é povo de Deus e comunidade de todos os que acolhem a fé eclesial e recebem o batismo. Por isso, Francisco passou a acenar, desde o começo do seu pontificado, para a sinodalidade eclesial, qualidade que implica a união e a participação de todos os membros na vida e missão da Igreja”, disse dom Odilo.

Surpreendeu a juventude

O anfitrião do Papa em sua primeira viagem internacional, o arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, destacou, ao falar sobre os 10 anos do pontificado do Papa Francisco, sobre a proximidade do Papa com o Brasil: “nós o aguardávamos com muita ansiedade e com muita alegria, e ele nos surpreendeu, pela proximidade, pela conversa franca, aberta, pela partilha, pelas preocupações e, tenho certeza também, que surpreendeu a juventude que estava reunida no Rio de Janeiro com a sua espontaneidade e com a sua proximidade”.

Mais simples e humilde

O arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar Costa, afirmou em vídeo que Francisco é “um grande Papa para a Igreja”. Dom Paulo destacou que o pontífice aponta para uma Igreja mais simples, mais humilde, “aponta um caminho de simplicidade, de proximidade para a vida da Igreja”. Dom Paulo ressalta também o lugar dado à evangelização:

“Se nós olharmos bem, desde o seu documento inicial, Evangelii Gaudium, Papa Francisco tem colocado sempre a evangelização, a missão no centro, no coração da Igreja. Se olharmos bem, até a reforma da cúria que ele fez a evangelização está no centro, a missão está no centro. O caminho sinodal que ele propõe agora para a Igreja ele tem em vista a evangelização, a missão. Papa Francisco quer que a Igreja seja verdadeiramente uma Igreja evangelizadora, missionária, em saída”.

Querida Amazônia

O arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, lembrou em sua mensagem sobre os 10 anos do pontificado do Papa Francisco, que o Papa descobriu a Amazônia na Conferencia de Aparecida “não apenas como um espaço geográfico, mas o acontecer da Igreja na Amazônia. Ele ficou tão impressionado com as intervenções feitas pelos bispos, que ele pensou que na Amazônia devia ter algo especial. Ele levou isso com ele”, tendo sempre falado desta terra e incentivando a presença da Igreja nesta região.

Ele afirma ainda que o Papa Francisco convocou um sínodo dedicado ao tema “Amazônia” e mostrou sua grande preocupação, mas o especialmente o amor que ele tem pela Amazônia. E recordando isso Dom Leonardo disse “ser tão agradecido ao Papa Francisco por ele gostar tanto da Amazônia que ele deu o nome (exortação apostólica pós-sinodal) de ‘Querida Amazônia’.

Com informações e imagem de Vatican News



Fonte: Santa Sé

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