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Papa no Ângelus: a exemplo de Bartimeu, pedir tudo a Jesus que tudo pode

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“Que Bartimeu seja um exemplo para nós com a sua fé concreta, persistente e corajosa. E que Nossa Senhora, a Virgem que ora, nos ensine a dirigir-nos a Deus de todo o coração, confiando que Ele escuta atentamente cada oração”.

Assim o Papa Francisco encerrou as reflexões antes da oração do Ângelus, neste domingo, 24 de dezembro, dirigindo-se aos fiéis presentes na Praça São Pedro e que acompanhavam a transmissão da oração mariana pelos meios de comunicação de todo o mundo. O convite do Papa a cada um é pensar como está a oração, corajosa e substancial ou morna e anêmica.

Francisco refletiu sobre o Evangelho deste domingo (cf. Mc.10,46-52), que fala do encontro de Jesus com o cego Bartimeu, saindo de Jericó. À beira da estrada, o deficiente visual vivendo na mendicância sabe da passagem do Senhor e grita com insistência: “Filho de Davi, Jesus, tem misericórdia de mim!”.

Fé que não tem medo de insistir

O Papa destacou logo no início que Bartimeu havia perdido a visão, mas não a voz, o que o fez gritar insistentemente.

Jesus ouve e para imediatamente. Deus escuta sempre o clamor dos pobres e não se incomoda de forma alguma com a voz de Bartimeu, pelo contrário, percebe que é cheia de fé, uma fé que não tem medo de insistir, de bater no coração de Deus, apesar do mal-entendido e reprovações. E aqui está a raiz do milagre. Na verdade, Jesus lhe disse: “A tua fé te salvou” (v. 52).

 

A fé que transparece na oração

Na sequência, o Papa chama atenção para a oração de Bartimeu: “Não é uma oração tímida e convencional”. O curado o reconhece como Messias, chama pelo nome com confiança, não tem medo e não se distancia, clamando a Deus todo o seu drama.

“Ele pede às pessoas uma pequena mudança; a Jesus, que tudo pode, pede tudo: “Tem misericórdia de mim, tende piedade de tudo o que eu sou ”. Não pede graça, mas apresenta-se: pede misericórdia para a sua pessoa, para a sua vida. Não é um pedido pequeno, mas é belo, porque invoca a misericórdia, ou seja, a compaixão, a misericórdia de Deus, a sua ternura”.

A oração

Mesmo com a pequena oração, Bartimeu se entregou ao amor de Deus. Segundo o Papa, ele manifesta tudo, a sua cegueira e o seu sofrimento, que iam além de não poder ver: “A cegueira foi a ponta do iceberg, mas em seu coração haverá feridas, humilhações, sonhos desfeitos, erros, remorso”.

Francisco perguntou se também rezamos com o coração. “Quando pedimos a Deus uma graça, também colocamos nossa própria história, feridas, humilhações, sonhos desfeitos, erros, remorso em oração?”. E convidou a refletir como esta a oração de cada um.

Que cada um de nós se pergunte: “Como vai minha oração?”. Ela é corajosa, tem a boa insistência de Bartimeu, sabe “agarrar” o Senhor que passa, ou ela fica satisfeita em cumprimentá-lo formalmente de vez em quando, quando me lembro? Essas orações mornas que não ajudam em nada. E então: minha oração é “substancial”, ela expõe meu coração diante do Senhor? Trago para ele a história e os rostos da minha vida? Ou é anêmico, superficial, feito de rituais sem afeto e sem coração?

O Papa reforça que quando a fé está viva a oração é sincera: “não pede pequenas mudanças, não se reduz às necessidades do momento. A Jesus, que tudo pode, tudo deve ser pedido”. E Jesus “não vê a hora de derramar sua graça e sua alegria em nossos corações, mas infelizmente nos mantemos à distância, talvez por timidez ou preguiça. Ou descrença”.

 

Depois do Ângelus

Após a oração do Ângelus, o Papa expressou sua proximidade aos migrantes, refugiados e carentes de proteção da Líbia, pedindo que a comunidade internacional cumpra as promessas “de procurar soluções comuns, concretas e duradouras para a gestão dos fluxos migratórios na Líbia e em todo o Mediterrâneo”.

 Francisco também lembrou das beatificações de Irmã Lúcia da Imaculada, em Brescia, e da jovem Sandra Sabattini, em Rimini, ambas na Itália. 

Por ocasião do Dia Mundial das Missões, Francisco destacou as novas beatas como “testemunhas que anunciaram o Evangelho com a vida”. E dirigiu-se aos missionários que “na linha da frente despendem as suas energias ao serviço da Igreja, pagando pessoalmente – por vezes a um preço elevado – pelo seu testemunho”. Isso não por proselitismo, ponderou, “mas para dar testemunho do Evangelho em suas vidas em terras que não conhecem Jesus”.

 

Fonte: CNBB

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