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O convívio e a fraternidade entre os bispos na etapa presencial da 59ª Assembleia Geral da CNBB

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Um clima de muita alegria e fraternidade marcou o primeiro jantar, após a missa de abertura da 59ª Assembleia Geral da CNBB, no domingo, 28 de agosto. Abraços, apertos de mãos, risadas, e muita conversa demonstrava que o reencontro fora muito esperado pelos bispos. Depois de dois anos e meio sem reuniões presenciais, devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, o episcopado brasileiro volta a se reencontrar em Assembleia. 

Momento do café. Foto: Karina de Carvalho/Sul 2 CNBB

A última Assembleia Geral da CNBB aconteceu de 1 a 10 de maio de 2019, quando foi eleita a atual presidência da Conferencia. Na ocasião, ninguém imaginava que nos próximos dois anos não poderiam encontrar-se presencialmente. Com as adaptações à realidade pandêmica, houve muitos encontros remotos, dessa forma, a CNBB continuou a sua caminhada adaptando-se à nova realidade. No entanto, ao indagar alguns bispos sobre os encontros virtuais, a resposta é unanime em dizer que eles foram necessários, mas não substituem o presencial. 

Para o arcebispo de Feira de Santana (BA), dom Zanoni Demettino Castro, a Assembleia é um momento de alegria e satisfação.

“Nós, bispos do Brasil vivendo, convivendo, celebrando juntos a Eucaristia, caminhando do hotel até a Basílica, é um momento de graça e de alegria que nos confirma na unidade e na fé.  Os encontros on-line foram muito eficazes e produtivos, mas não chega aos pés desse encontro de irmãos. Aqui se fortalece a colegialidade, se expressa a sinodalidade da Igreja e nos aponta para uma Igreja atenta, presente, que tem em si mesma a vida, as alegrias, as dores, os sofrimentos e, sobretudo, o sofrimento do povo”, relatou o arcebispo. 

O bispo da prelazia de Itacoatiara, dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, disse que os bispos estavam com saudades desse encontro fraterno e que estar juntos é essencial. “Esse encontro é essencial: o contato, o estar perto um do outro, olhar nos olhos, ver o sorriso, sentir o aperto de mãos, partilhar pelos corredores nos intervalos, na mesa das refeições. O on-line não nos permite isso, mas reconheço que foi uma descoberta importante, que serviu no momento em que a gente não podia se encontrar. Muitas coisas resolvemos nas assembleias on-line, mas nunca substitui a presencial”, disse dom Ionilton. 

Dom Celso Marchiori e Dom Rafael Biernaski no momento do café – Karina de Carvalho/Sul 2 CNBB

Da diocese de Jataí (GO), dom Nélio Zortea, recordou que as distancias no Brasil são enormes e muito bispos, como ele, só conseguem encontrar os irmãos em eventos e assembleias regionais e nacionais.

“Esse momento da Assembleia Geral dos Bispos é um encontro precioso, pela convivência, pela fraternidade episcopal, pela colegialidade, pela participação nos conteúdos, nas decisões, nas orações. O ambiente é agradável, de unidade e comunhão. O encontro dos bispos expressa também que somos uma Igreja, que caminhamos juntos e temos sempre essa genealogia de Deus. Nenhuma outra instituição tem isso, então nós levamos para frente, na colegialidade, aquilo que recebemos dos apóstolos que, por sua vez, receberam de Jesus”, disse dom Nélio. 

A cada dia, a pauta da Assembleia é bem extensa, com muitos assuntos a serem discutidos, discernidos e encaminhados. No entanto, isso não impede que os bispos aproveitem os momentos de intervalo, das refeições e das pausas para conversar e fortalecer a amizade e a fraternidade episcopal.  

Momento festivo entre os bispos – Adielson Agrelos/Leste 1 CNBB

Um dos momentos informais, de descontração e alegria, que tem se tornado uma tradição nas Assembleias, é a roda de música que alguns bispos formam no hall do Hotel Rainha do Brasil, onde estão hospedados. Como em anos anteriores, na noite da última terça-feira, 30 de agosto, o bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, dom Fernando Arêas Rifan, trouxe o acordeom e alguns instrumentos, que deixou disponível aos bispos que desejavam juntar-se à roda de música. 

O bispo de Guarapuava (PR), dom Amilton Manoel da Silva, foi um dos participantes do momento festivo. Ele relatou que os bispos chegam, espontaneamente, e tomam algum dos instrumentos, tocam, cantam, depois deixam e outro o assume. Ele mesmo, ficou com o pandeiro dessa vez. 

“É um momento que favorece a fraternidade entre os bispos e o objetivo é mostrar que nós estamos unidos em um único objetivo, apesar das nossas diferenças. Existe uma colegialidade, um objetivo comum entre nós e uma fraternidade que supera as diferenças, daquilo que pensamos, da nossa personalidade, pois nos sentimos todos na mesma missão. Momentos como esse descontraem e favorecem a criação de vínculos maiores entre nós”, disse dom Amilton.  

Neste ano, ainda devido aos efeitos da pandemia da Covid-19, a Assembleia Geral da CNBB foi dividida em duas etapas. A primeira etapa dessa 59ª Assembleia Geral da CNBB aconteceu na modalidade on-line, nos dias 25 a 29 de abril, e a segunda está acontecendo, em Aparecida (SP), desde a noite de domingo, 28 de agosto, e conclui-se na sexta-feira, dia 2 de setembro.

 

Por Karinal de Carvalho/Sul CNBB

 

 

Fonte: CNBB

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