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Consep decide sobre a realização de reuniões virtuais e presenciais em 2022

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O Conselho Episcoapal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está reunido virtualmente nesta quarta-feira, 10 de novembro. Entre os vários assuntos abordados pelos bispos, houve a decisão de que, no primeiro semestre de 2022, os encontros serão realizadas de forma remota. Já no segundo semestre, a segunda etapa da 59ª Assembleia Geral e o Conselho Permanente de outubro ocorrerão presencialmente.

Os bispos refletiram sobre o calendário de reuniões do próprio Consep e do Conselho Permanente para 2022. O discernimento sobre a virtualidade ou presencialidade dos eventos levou em consideração que a pandemia ainda não foi integralmente vencida e os problemas financeiros decorrentes da crise sanitária. 

No formato virtual, o Consep continuará realizado em apenas um dia e o Conselho Permanente em dois, um dia a menos do que normalmente ocorre quando realizado na forma presencial.

 

Análise de Conjuntura

Outro tema da reunião na manhã desta quarta-feira foi a apresentação da Análise de Conjuntura, que abordou a “Gravíssima questão social no Brasil”. Partilhada pelo bispo de Carolina (MA), dom Francisco Lima, a análise destacou a realidade da fome no país. Os números que traduzem a realidade de insegurança alimentar são, de acordo com o material “escandalosos e impactantes”, uma vez que dados de dezembro do ano passado indicam 116,8 milhões de brasileiros afetados.

A crise social cujo retrato é a fome está vinculada à relação entre o capital e o trabalho, de acordo com a análise. Tal relação possui três dimensões: a da distribuição patrimonial, a da distribuição de renda e as condições de vida.

O Estado brasileiro “das últimas décadas acabou por se desviar de seu papel tradicional e optou por ser um ente determinante na esfera produtiva, com a adoção de políticas cada vez mais concentradoras de renda”, constituiu um sistema tributário como ‘máquina’ de gerar e ampliar desigualdades, segundo o documento.

O prometido Estado conforme a Constituição de 1988 “não se consolidou frente aos nossos problemas estruturais e ainda está carente de implementação. Ainda somos ‘um monumento à negligência social’”, denunciou a análise.

Além dos dados da conjuntura com seus indicadores, o grupo apontou o que fazer. “Além do conjunto de ação em desenvolvimento pela Igreja no Brasil, há ainda caminhos de ações concretas que podem ser feitas global, nacional e localmente”, propôs.

Sugere-se retomar o debate e a tentativa de soluções para ações estruturantes, como a implementação da renda mínima universal, o estímulo à geração de emprego e renda para que possamos gradativamente reduzir o número de famílias dependentes dos programas de transferência de renda; o enfrentamento da fome com a retomada da questão da reforma agrária; e a Reforma política, “a mãe de todas as reformas”, com fortalecimento da democracia direta e da democracia participativa, do aperfeiçoamento da democracia representativa.

 

70 anos da CNBB

Foi apresentada aos bispos a proposta de celebração dos 70 anos de fundação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A Presidência elencou elementos que podem compor um tema e um lema para dar um mote às celebrações, as quais devem ser realizadas de 6 de março – quando a Presidência abre a Campanha da Fraternidade no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida – até o dia do aniversário de criação da CNBB, 14 de outubro, com a conclusão de uma Assembleia dos Organismos do Povo de Deus.

A Assembleia dos Bispos, em suas duas etapas, também será ocasião de celebração do Jubileu de 70 anos da CNBB. Outra ideia é que no dia 14 de cada mês, seja realizada uma live com ex-presidentes e as comissões episcopais, por exemplo.

Foram indicadas ainda outras iniciativas, como realização de simpósio, publicação de artigos, republicação de livro sobre a presença pública da Igreja no Brasil, elaboração e execução de plano de comunicação, eventos culturais, lives, divulgação de depoimentos e motivação de celebração nos regionais.

Os bispos refletiram sobre a proposta de tema, deram indicações de iniciativas que podem ser promovidas. O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliviera de Azevedo, agradeceu as contribuições: “A partir do que foi proposto e daquilo que foi enriquecido, temos a possibilidade de realizar um caminho muito importante com o ano jubilar”.

 

COP-26

O colaborador da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, Daniel Carvalho, apresentou aos bispos a mobilização promovida pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) e pela Comissão para a Amazônia em vista da apresentação das preocupações da Igreja e dos povos amazônicos às autoridades e demais participantes da Conferência do Clima (COP-26), em Glasgow, na Escócia. Os bispos aprovaram uma mensagem da CNBB sobre o evento da ONU.

Carta aos professores

Outra mensagem aprovada pelo Consep foi a “Carta do Episcopado Brasileiro às famílias, educadores e gestores por ocasião da Campanha da Fraternidade 2022”, cujo tema é “Fraternidade e Educação”.

“Ao escutar o apelo à conversão, próprio do tempo quaresmal, contemplamos a realidade da educação e precisamos descobrir gestos concretos de mudança e transformação pessoal que tenham resultados no âmbito da educação”, diz a introdução do texto que será publicado em breve. A mensagem contem um tópico de reconhecimento e gratidão, convida ao Pacto Educativo e apresenta as esperanças do episcopado em relação ao tema da Campanha.

Resultado da consulta pública

Ainda sobre a Campanha da Fraternidade, foi apresentado o resultado da consulta ao povo de Deus para a escolha do tema da CF de 2023 e de 2024. O secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, ressaltou que durante o processo de consulta, foi destacado o objetivo da Campanha da Fraternidade como premissa para a indicação dos temas pelos internautas. Mesmo assim, foram apresentados temas internos da Igreja e também externos, sugestões diversas e ofensas de grupos articulados. Segundo o padre, as indicações revelam também profundo desconhecimento da essência, dos objetivos da Campanha da Fraternidade.

Foram recebidas 5229 indicações de temas. A partir delas, foram destacados 20 temas entre as principais sugestões. Os bispos vão indicar os mais relevantes para a escolha nos próximos meses.

Pastoral Afro-Brasileira

Um dos últimos assuntos a serem tratados, foi uma proposta de dom Zanoni Demettino Castro, referencial da Pastoral Afro-Brasileira, para que o texto de estudos número 85 da CNBB seja incrementado para que a reflexão se torne um documento da Conferência, com uma palavra do episcopado voltada para o povo negro.

No período da tarde, os membros do Consep discutiram o projeto de Animação Bíblica da Pastoral, a ser remetido e aprovado pela 59ª Assembleia Geral da CNBB, em 2022, os encaminhamentos do Grupo de Trabalho do Pacto pela Vida e pelo Brasil. As comissões da CNBB também fizeram o informe de suas atividades realizadas no último período bem como o seu planejamento para 2022. A reunião terminou com uma homenagem ao padre Virgílio Uchôa, assessor da CNBB por 32 anos, cujo falecimento se deu a tarde deste 10 de novembro.

Fonte: CNBB

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