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CNBB fortalece parceria com a Conferência Episcopal de Moçambique para intercâmbio pastoral em âmbito acadêmico no Brasil

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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de sua Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, e em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), está em vias de formalizar um convênio com Conferência Episcopal de Moçambique para intercâmbio pastoral em âmbito acadêmico no Brasil.

A parceria teve início em 2021, quando o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, ainda como monsenhor, esteve em Moçambique para apresentar o projeto à Conferência Episcopal oferecendo acolhida acadêmica a sacerdotes moçambicanos na PUC-Rio.

padre Meque Augusto Macumo. Foto: Divulgação

O padre Meque Augusto Macumo, da arquidiocese da Beira, em Moçambique, está no Brasil para dar início a esse intercâmbio pastoral. Ele será o primeiro sacerdote a participar do projeto. Durante o intercâmbio, o religioso vai vivenciar e obter experiências nas áreas de metodologia e dinâmicas pastorais, que vão servir, do ponto de vista acadêmico e pastoral, para o seu trabalho em Moçambique.

De acordo com o assessor da comissão, padre Daniel Rochetti, “Já são alguns anos em que a Igreja no Brasil tem algumas parcerias intereclesiais com outros países. Projetos que unem uma conferência episcopal e outra. Assim como as parcerias das igrejas do Brasil com o Timor Leste, Guiné Bissau e Haiti. Esses três países são onde a CNBB já trabalha em projetos de liderança e missionário”.

Leia a entrevista na íntegra: 

Qual a parceria que a Conferência Episcopal de Moçambique prevê fazer com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil?

Padre Meque Augusto Macumo: Vim ao Brasil com a missão de fazer uma parceria no âmbito acadêmico entre a CNBB e a Conferência Episcopal de Moçambique. Esta parceria tem a finalidade de formar e auxiliar padres moçambicanos e brasileiros na área da formação. Apreciamos fazer um intercâmbio acadêmico e pastoral entre os padres.

O senhor está à frente desse projeto de intercâmbio acadêmico e pastoral. Qual área que o senhor trabalha na esfera acadêmica em sua diocese?

Depois de minha ordenação sacerdotal, em 2013, fui para Roma, a pedido do meu bispo, e fiz mestrado em teologia dogmática na Faculdade Gregoriana. E quando regressei à África, ao final de 2017, o bispo colocou-me à disposição da Conferência Episcopal, para ser professor e prefeito dos estudos no Seminário Maior de Teologia. E atuei por cinco anos. E isto ajudou a me interessar, cada vez mais, na parte acadêmica, em relação à reflexão e à formação permanente dos agentes de pastoral, em Moçambique. Em dezembro de 2021, regressei a minha diocese e estive muito ligado à parte da formação permanente dos agentes de pastoral e a coordenar a Assembleia Nacional da Pastoral, que teremos no próximo ano. E também atuo na área da elaboração e tradução dos catecismos para a minha diocese. Vir ao Brasil vai ajudar-me a consolidar este meu interesse e obter experiência. Nós, de Moçambique, conhecemos o Brasil como um lugar de muita produção teológica. Mas também de muita produção ligada à questão pastoral. Uma pastoral muito bem enraizada. Espero contribuir com a minha experiência e oferecer um pouco de Moçambique e da nossa cultura pastoral. Estamos no âmbito sinodal, então espero caminharmos juntos na comunhão e na missão conjunta.

Em quais áreas de formação dentro da pós-graduação os países e as universidades farão este intercâmbio?

Padre Meque – Primeiro esta é uma colaboração multifacetada em diversos âmbitos. Eu estou na área mais sistemático-pastoral. Mas é possível que os outros padres, que vierem tanto para graduação e pós graduação, poderão se atualizar em qualquer área. Dom Augusto Catelan, quando esteve em Moçambique no ano passado, encontrou-se com os bispos e, lá, começaram a pensar na ideia de iniciar uma sucessão teológica entre Moçambique e Brasil, com professores da PUC e teólogos brasileiros. Aqui temos muitos padres formados, e precisamos contar com a ajuda da PUC e da CNBB para começar um projeto de uma sucessão de teólogos moçambicanos. Talvez no próximo ano Dom Catelan consiga fazer um encontro envolvendo também o Seminário Maior de Teologia de Moçambique. Um encontro entre teólogos brasileiros e moçambicanos. O que está certo é que uma equipe de teólogos vai para Moçambique para um simpósio, um convênio e, a partir daí, começaremos um caminhar juntos nessa evolução teológica.

Qual é a impressão que tem da Igreja no Brasil?

Para finalizar, quero agradecer pela experiência nesses três dias. A Igreja do Brasil é comprometida com o Evangelho e a evangelização. Espero ganhar muita experiência e contribuir no que puder. Que a Igreja do Brasil continue com os pés firmes em Cristo e alegres na esperança que vem de Cristo e nos fortalece. Que as virtudes teologais fé, esperança e caridade possam, cada vez mais, serem enraizadas nesta terra brasileira, e que sejam sempre generosos. Assim como me receberam, possam receber a todos. E que possamos também os levar para as terras de Moçambique.

Com informações -  Testemunho de Fé arquidiocese do Rio de Janeiro

Fonte: CNBB

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