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“A Palavra de Deus seja a base de toda a pastoral” motivou dom Peruzzo em coletiva sobre documento de estudo nº 114

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Na tarde de hoje, dia 30, em coletiva realizada na sala de imprensa do Centro de Eventos Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP), o arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, dom José Antonio Peruzzo falou do Documento de Estudos 114 da CNBB, intitulado “E a Palavra habitou entre nós” (Jo 1,14).

O texto, refletido pelo episcopado brasileiro durante a 59ª edição da Assembleia Geral (AG), que ocorre desde o último domingo, dia 28, e segue até sexta-feira próxima, dia 2 de setembro, recebeu especial atenção entre os jornalistas credenciados e, após estudos dos bispos ao longo da semana, será aprovado como Documento da Conferência Episcopal. 

Dom Peruzzo, como é conhecido o presidente da Comissão Episcopal, explicou que a atual animação bíblica da pastoral, desde o pontificado do papa emérito Bento XVI que, em 2010, por meio da Exortação Apostólica Pós-sinodal Verbum Domini, motivou que toda a Igreja tenha a Palavra de Deus como fonte de todo o apostolado. A inspiração bíblica, então, “torna-se um modo ser Igreja”, ressaltou. 

Para a compreensão comum do estudo eclesial e do esforço da Comissão em sua elaboração, o bispo afirmou que o vocábulo ‘animação’ não é uma mera motivação, mas vinda ´da alma´, como indica a etimologia da palavra, faz com que “a Palavra de Deus seja a base de toda a pastoral”. Sobre essa iniciativa, dom Peruzzo afirmou que “chegou o tempo de uma revisão de nossas atividades bíblicas, não para corrigir, mas para redescobrir aquilo que foi mais forte nas décadas passadas”.

Por isso, o arcebispo de Curitiba indicou que os círculos bíblicos, as leituras populares da Bíblia e inúmeras iniciativas que, há anos espalharam a Palavra de Deus Brasil afora, não foram métodos meramente humanos, “mas uma inspiração do Espírito Santo que, em meio ao nosso povo, levou a Palavra de Deus aos fiéis e às comunidades de todo o país”, completou. 

Numa explicação, dom Peruzzo comparou a centralidade bíblica de toda a ação evangelizadora da Igreja como uma jovem que, ao receber uma carta de seu amado, “lê, sorri, se encanta e beija o papel”, e continuo dizendo que o afeto dele tornou-se letra à amada. Do mesmo modo, explicou o bispo, “a ternura de Deus perpassou os séculos e, tornando-se letra bíblica, fortalece toda a vida pastoral de nossa Igreja”, e finalizou: “com a Palavra de Deus, e por ela, queremos aprovar este texto para a animação de nossas comunidades”.

Dom Paulo Jackson destaca o desafio do  fundamentalismo

 

Coletiva de Imprensa do segundo dia. | Foto: Jaison Alves da Silva – Ascom 59ª AG CNBB.

O bispo de Garanhuns (PE), dom Paulo Jackson Nóbrega, também compôs a mesa da coletiva de imprensa para falar do Documento de Estudos 114 da CNBB. Após a fala de dom Peruzzo, ele apresentou, brevemente, a estrutura do documento, que está dividida em sete capítulos. 

O primeiro apresenta a iluminação bíblica, a partir da parábola do semeador. O segundo, tem por objetivo apresentar o que significa a animação bíblica da pastoral. Nesse ponto, o bispo recordou que, anteriormente, havia a Pastoral Bíblica, que realizava inúmeras atividades ao redor da Palavra. No entanto, a animação bíblica da pastoral tem outra proposta: “Nesse momento não estamos preocupados em fazer atividades bíblicas, mas sim que a pastoral e as atividades sejam todas animadas pela Bíblia”. 

O terceiro capítulo trata dos desafios a serem enfrentados pela animação bíblica. Dom Paulo destacou que um dos principais desafios é o fundamentalismo literal, que significa ler a Bíblia ao pé da letra. O quarto capítulo fala dos agentes da semeadura: os bispos, padres, diáconos, catequistas, leigos e leigas. O quinto apresenta os tipos de terreno que acolhem a Palavra de Deus, sendo elencados mais dez tipos. Dom Paulo destacou que os bispos pediram para acrescentar o terreno dos pobres e oprimidos, pois estes acolhem e são protagonistas da Palavra. 

O sexto capítulo fala dos métodos de leitura da Palavra de Deus, sendo os principais a Leitura Orante da Palavra e a Lectio Divina. Por fim, o último capítulo traz propostas concretas para a implantação de projetos da animação bíblica da pastoral em nível nacional, regional, diocesano e de comunidades eclesiais. 

“Eu gostaria de focalizar, sobretudo, um aspecto que acho fundamental: a problemática dos fundamentalismos nas leituras equivocadas. E no Brasil, nos últimos tempos, temos vistos coisas muito tristes nesse ambiente do fundamentalismo literalista que provoca muitos sofrimentos”, finalizou dom Paulo.  

 

Fonte: CNBB

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