Neste domingo, a liturgia está envolta de uma lógica do Reino dos Céus que, em muito, se diverge de qualquer lógica humana. Estamos diante de uma liturgia inerte no mistério da misericórdia de Deus e, consequentemente, do seu Amor.
A antífona de entrada já antecipa o mistério que veremos nas leituras da Santa Missa deste domingo: “Senhor, tudo o que fizestes conosco com razão o fizeste, pois pecamos contra vós e não obedecemos aos vossos mandamentos. Mas honrai o vosso nome, tratando-nos segundo vossa misericórdia.” (Cf. Dn 3,31.29s.43.42). Deus manifesta seu poder, sobretudo no seu perdão e misericórdia. Isso claramente se vê quando o profeta Ezequiel conclama o que diz o Senhor: “[o ímpio] Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá; não morrerá.” (Cf. 1ªL. Ez 18,25-28). O salmista canta a misericórdia de Deus que reconduz ao bom caminho os pecadores, pois o Senhor é bondade sem limites (Cf. Sl 24(25)4,4bc-5.6-7.8-9). São Paulo, na carta aos Filipenses, traduz perfeitamente a atitude daquele que recebeu a misericórdia de Deus, senão a de oferecer misericórdia, exortando: “Tende em vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus.” (Cf. 2ªL. Fl 2,1-11), ao passo que rezaremos hoje mesmo na Santa Missa: “…perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido…”.
No Evangelho, podemos ver claramente a lógica da misericórdia divina, pois Jesus, que veio para os doentes e pecadores, tem, diante de si, os anciãos do povo, que não creram no Messias e o crucificaram; e têm os pagãos e pecadores que creram na voz daquele que clamava, no deserto, a conversão dos pecados e a vinda do Cristo. Portanto, a misericórdia divina, com rosto próprio em Jesus Cristo, exclama: “Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus.” (Cf. Ev. Mt 21,28-32)
Pastoral Vocacional
Diocese de Itumbiara