Vede, é o vosso Deus!
Quando o profeta Isaías exorta o povo de Israel a ter ânimo diante da adversidade, ele o faz para que o povo deposite a sua esperança em Deus; para que confiem na sua imensa bondade, da qual não cessou de dar provas desde a saída do Egito. “Vede, é o vosso Deus!” Brada o profeta, e, assim, reforça a proximidade do Senhor com o povo que escolheu, porque é Dele que vem a salvação (Cf. Is 35, 4). Foi assim que Deus se revelou ao seu povo, como alguém próximo, que se interessa mesmo por aqueles que são excluídos, como os cegos, surdos e coxos (Cf. Is 35, 5-6).
Jesus, o enviado do Pai, dá testemunho desse amor que nunca repele, mas é sempre força de atração e misericórdia. Quando Marcos narra o encontro de Jesus com o homem surdo durante uma viagem pela Decápole, ele expressa o modo como os apóstolos e discípulos enxergavam as ações do Mestre que, agindo de modo diferente de muitos de seus pares Judeus, acolhe a todos sem distinção. Desse modo, fica claro que todos viam em Jesus alguém que, não só era capaz de acolher, mas que, a partir deste acolhimento, realmente curava, restaurava e transformava. Depois do encontro com Jesus tudo muda e mesmo os que outrora eram mudos podem anunciar sem parar as belezas do Reino de Deus (Cf. Mc 7, 35-36)
A nós, que também somos discípulos de Jesus, resta escutar a exortação do profeta para enxergarmos o nosso Deus, que acolhe e vem salvar; que perdoa e cura. E movidos pelo seu exemplo, queremos que se cumpra a experiência da Igreja primitiva, que não só admirava as virtudes do Cristo, mas tentava imitá-lo, como está descrito na segunda leitura (Cf. Tg 2, 1-5). Assim, colocando a nossa esperança Nele e agindo como Ele agiu seremos capazes de alcançar, um dia, a morada que Ele preparou para nós no céu.
Pastoral Vocacional Diocesana