Desde o ano de 1981, a Igreja no Brasil instituiu o mês de agosto como um tempo propício para refletirmos mais profundamente o tesouro concedido pelo Senhor a cada um de nós: a nossa vocação. Esta é uma realidade em nossa vida e a Igreja entende que cada um de nós é um vocacionado (a). Em primeiro lugar, somos chamados à vida, e não só biológica, mas também de filhos de Deus, eleitos pelo batismo e convidados à uma realidade nova, a da Santidade. Essa vida é a vida cristã. Ela é muito maior do que um simples passar dos dias, marcado fisicamente pelo crescimento, maturidade, envelhecimento e fim.
A vida cristã é a vida daqueles que, inseridos na realidade de Cristo, pelo Batismo, recebem a graça inicial sacramental e são convidados a desenvolver tal presente recebido, de modo que transformem, por meio de um empenho pessoal, essa semente em fruto da santidade. Dessa forma, a Santa Mãe Igreja entende que todos nós somos vocacionados à Santidade (cf. LG 10). Mas como ser santos? Longe de fórmulas ou sentenças imediatas para nos dar essa resposta, para nos encontrar com esse tesouro, é necessária a compreensão sobre como viver e desenvolver plenamente essa vida, e também refletir sobre qual o nosso lugar neste mundo, como Deus nos chama a fazer a diferença. É assim que ingressamos no cenário vocacional do mês de agosto.
Esse mês dedica os 30 dias para nos ajudar a compreender o modo pelo qual o Senhor quer que vivamos e O sirvamos, e enfim plenificar a nossa vida cristã. Não é somente um tempo temático que a Igreja utiliza para preencher de celebrações especiais o Tempo Comum, dentro de um mês em que não celebramos grandes solenidades. Pelo contrário, é um tempo especial para nos encontrar com Aquele que faz arder o nosso coração e que, inflamados de amor, nos faz sair aos quatro cantos para anunciar tamanha maravilha de Deus.
Especialmente neste ano vocacional, tomamos o mês de agosto como um mês do encontro com o Senhor. Acima de tudo, somos convidados a deixá-Lo fazer arder o nosso coração e nos mostrar o que Ele quer para nós, ou seja, qual é esse lugar que, se não ocuparmos, estará sempre vazio. Sim! O lugar que o Senhor escolheu para ocuparmos é nosso e somente nosso, ninguém mais poderá ocupá-lo e, se não o assumirmos, permanecerá vazio.
Então, qual o meu lugar no mundo? Que não procuremos essa resposta como procuramos uma receita, ou uma solução nos sites de pesquisa, ou um jogo de sorte para determinar o que fazer em nossa vida. Se o chamado é d’Ele, somente no coração d’Ele é que vamos encontrar a chave, esse segredo. Ela está lá, resta a nós o primeiro passo para encontrá-la. E o mês vocacional existe justamente para nos impulsionar e nos ajudar a nos dirigir ao Sagrado Coração de Jesus para d’Ele ouvir essa resposta. Por isso, não deixemos que esse instrumento da Igreja seja somente mais um para nós, mas o deixemos fazer a diferença em nossa vocação.
Sem. Mateus Henrique da Silva
2º Ano da Etapa Configurativa
Pastoral Vocacional da Diocese de Itumbiara