Neste percurso em que nos dirigimos para a conclusão do Tempo Pascal, celebramos hoje a Solenidade da Ascensão do Senhor, mistério glorioso no qual nos colocamos junto aos onze discípulos na Galileia (cf. Mt 28, 16) e contemplamos o Senhor que subiu aos céus. Aleluia! Sim, o Senhor que havia ressuscitado há quarenta dias apareceu aos seus discípulos e à vista deles subiu aos céus (cf. At 1,9) para tomar o seu lugar, junto do Pai, à sua direita (cf. Ef 1,20).
Esta Solenidade também é momento de nos inserimos na dinâmica da espera do Espírito Santo, que vem para dar o vigor e o ânimo à Igreja de Cristo e também nos ajudar na compreensão de tudo o que fora anunciado e vivido pelo Senhor (cf. Jo 16, 12-15), o que se dará na Solenidade do próximo domingo, a de Pentecostes. A primeira leitura demonstra que o Paráclito prometido viria para fazer dos discípulos testemunhas (cf. At 1,8) de tudo o que foi visto e ouvido a respeito do Senhor. Isto é evidente, uma vez que os discípulos ainda duvidavam do mistério que se dava diante deles na Ascensão, como nos mostra o Evangelho, o qual relata que “ao verem o Senhor ressuscitado, os discípulos se prostraram diante d’Ele. Apesar disso, alguns ainda duvidaram desse mistério” (cf. Mt 28, 17).
Nessa dinâmica, a liturgia recorda que, por meio de sua Ascensão, Jesus não mais estaria neste mundo da mesma forma que estivera com os seus discípulos, ou seja, fisicamente. Isto não quer dizer que o Senhor será ausente para o seu povo. Pelo contrário! Ele mesmo prometeu que estaria conosco até o fim do mundo (cf. Mt 28, 20b), só que agora de uma forma especial, junto do Pai em sua morada. Neste sentido, subindo aos céus, o Senhor nos manifesta o céu, o lugar que também é preparado a nós.
Em contrapartida, para assumirmos o nosso lugar, o mistério da Ascensão requer de nós uma tomada de atitude, fato demonstrado pelos homens vestido de branco que se dirigiram aos discípulos na primeira leitura e os exortaram: “homens da Galileia, por que ficais aqui parados?”. A Ascensão do Senhor motiva aqueles que desejam estar junto com o Pai na Glória dos céus a viverem na dinâmica do anúncio e do testemunho.
O Senhor manifestado e glorificado diante dos seus instaura naqueles que o contemplavam, na subida para a glória, a essência da missão da Igreja. Portanto, ter a oportunidade de celebrar esta Solenidade é contemplar a força onipotente de Jesus Cristo que, antes de subir aos céu, envia os discípulos para anunciarem a todos os povos, “batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (cf. Mt 28,19), e ensinando-os a observar tudo o que havia sido ordenado, pois Ele estará conosco todos os dias, até o fim do mundo (cf. Mt 28, 19). Portanto, celebrar a Ascensão é ter em vista os mistérios do Senhor, olhar para os céus e colocar os pés em missão para alcançar todos os quais o Senhor nos enviou.
Mateus Henrique da Silva – 2º Ano da Etapa Configurativa.
Diocese de Itumbiara