Um grupo composto por três bispos da região Norte do país capitaneados pelo bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoerpers, visitou nesta terça-feira, 12, as instalações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em sua sede em São José dos Campos (SP). Também acompanharam a visita, membros do secretariado-geral da CNBB e da Fundação Porticus.
A proposta da visita surgiu durante visita do presidente da Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais no Brasil, Carlos Vicente, à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 11 de outubro deste ano. Além do Brasil, a Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropais, que integra um programa das Organização das Nações Unidas (ONU), está presente em outros quatro países: Colômbia, Peru, República Democrática do Congo e Indonésia.
Visita ao Cemaden
Sobre a visita, o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB demonstrou alegria em estar participando da iniciativa proposta pela Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais no Brasil.
“Estamos conhecendo um grande trabalho feito por cientistas e técnicos que trabalham no Cemaden. Conhecemos o mapeamento do que acontece no Brasil e dos perigos dos desastres naturais e também a intervenção humana que vem aumentando cada vez mais o desequilíbrio climático”, disse.
O foco da reunião, de acordo com dom Ricardo, foi perceber, a partir das tecnologias existentes, o que pode ser feito para buscar o equilíbrio e preservação do meio ambiente e atuar na prevenção de desastres que afetam diretamente as pessoas mais vulneráveis do Brasil. Para dom Ricardo, o desequilíbrio ambiental, como mostrado pelo Papa Francisco tanto na Laudato Si’, quanto na Laudato Deum, é provocado por decisões humanas e afeta os mais pobres.
Dom Ricardo reforçou ainda que a Igreja tem uma responsabilidade e um papel fundamental de sensibilizar as populações sobre a importância de cuidar da Casa Comum e também organizar iniciativas, pequenas e simples, de preservação do meio ambiente que podem começar nas comunidades e, ainda, também mobilizar e participar de grandes eventos como a COP 30, a ser realizada no Brasil em 2025.
“A Igreja tem um papel também de atuar na prevenção. A partir do momento que as comunidades aprendem que tudo foi criado por Deus, aprendem também que temos, como criaturas, o dever de cuidar e apresentar para as próximas gerações um planeta viável, como o que nos foi deixado”, reforçou.
Impressões dos bispos da região Norte
Para o bispo de Cristalândia (TO), dom Wellington de Queiroz Vieira, a visita ao Cemaden foi muito significativa. “Pudemos conhecer o local onde se faz o monitoramento envolvendo situações climáticas com riscos de desastres ambientais. Pudemos ver e adquirir conhecimento sobre este tema que é tão importante para o nosso país, de modo especial aquelas áreas de risco quanto aos problemas com chuvas e deslizamentos de terra que afetam tantas pessoas”, disse.
O bispo auxiliar de Belém (PA), dom Paulo Andreolli, destacou que é a primeira vez que participa de um momento desta natureza. “A gente mergulha num mundo um pouco desconhecido por nós do mundo da Igreja. É muito importante conhecer como acontece a prevenção aos desastres para propor algo alternativo de convivência com o meio ambiente”, reforçou.
Dom Paulo destacou ainda que é importante conhecer como a tecnologia pode ajudar a humanidade a conter o avanço e a destruição do meio ambiente. “Nosso trabalho será o de divulgar esta possibilidade a todo povo de Deus e transmitir a esperança, que vem diminuindo a partir dos sinais da natureza que está sendo muito prejudicada”, afirmou.
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Fonte: CNBB