Hoje começamos o advento, um tempo de espera, mas também de preparação. Na verdade, a espera do cristão é sempre uma espera ativa e nunca uma letargia. O Cristão espera o Salvador se preparando para acolhê-lo. Cada um de nós já teve a experiência de esperar por uma visita muito desejada e – arrisco dizer – é com muito trabalho que a esperamos, porque tudo tem que estar organizado, tudo tem que ser o melhor possível para a visita. Preparamos tudo, porque quem ama dá sempre o melhor que tem, faz sempre o melhor que pode.
É assim que somos convidados a esperar pelo Senhor, como quem espera alguém que ama, preparando tudo para recebê-lo dignamente. Contudo, o advento é um tempo litúrgico que nos configura para a vida e não serve apenas como preparação de uma data específica; não é sem motivo que, no Evangelho de hoje, Jesus faz o seguinte alerta: “Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento” (Mc 13, 33). Desse modo, fica claro que o que parece uma preparação para a Solenidade do Natal também é, num sentido mais profundo, uma preparação para a vida cristã; preparação para a acolhida do Senhor que não cessa de “nascer” em nossa vida; preparação para – em última instância – acolhermos o dia do Senhor, onde viveremos plenamente com Deus.
Preparemo-nos, então, para celebrar os mistérios do Senhor – aqueles que têm nada marcada, como o natal, e também aqueles que não cessam de nos surpreender no trajeto da vida. Força encontraremos na certeza de fé de que “nunca se ouviu dizer, nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam” (Is 64, 3). Deixemos que o Senhor nos configure, cada dia mais, ao seu projeto enquanto O esperamos preparando o nosso coração para acolhê-lo.
Pastoral Vocacional
